Por:  Andrea Pol Balloussier

O Sol foi minha segunda adoção. Há dez anos atrás, vivi a experiência maravilhosa de adotar um cão e digo que foram os nove anos mais maravilhosos da minha vida. O perdi no início de janeiro e fui aconselhada a doar tudo dele porque me trazia mais sofrimento lidar com essa perda sem tamanho, eu havia perdido meu melhor amigo.

Dois meses depois, fui à Fazenda Modelo,  que sempre tive vontade de conhecer, e entrei em contato com voluntárias, para que me recebessem para fazer uma doação. Me preparei e levei petiscos para dar para os “moradores”.  Fiz a doação e em seguida fui conhecer uma ala com diversas baias.  Me emocionei demais, a ponto de pedir desculpas à voluntária e ela me deixou à vontade, dizendo que a maioria das pessoas chora muito mesmo.  A cada baia, dei um petisco para cada um e recebia olhares de gratidão e de “por favor, me leva com você”…

Em uma das últimas baias, muito emocionada, conheci o Sol. O nome dele era Chopp e quando dei o petisco, do nada, falei:
– Chopp, você que é o Chopp?
O detalhe é que nunca havia escutado falar dele, são muitos! Ele nunca mais saiu da minha cabeça durante o ano de 2019. Volta e meia perguntava se ele ainda estava lá, e a resposta era a mesma: sim.

Foi um ano muito difícil, mas no final decidi que o adotaria. No final de novembro, abri o computador e a primeira postagem foi: “Chopp para adoção”. Uma ONG o havia tirado de lá, para que tivesse uma chance maior de encontrar uma família. Na hora entrei em contato, e contei que já o conhecia e que o queria. Ele se encontrava num lar temporário e consegui a adoção. Fiquei muito feliz, depois de nove anos, viajaria com a família e na volta o traria pra casa.

Fui vê-lo e me deparei com um cão muito medroso, nervoso e antissocial. Nunca havia imaginado ele assim. Mas estava decidido: uma adoção responsável, com muito amor e paciência.  Antes da viagem de final de ano, mandei fazer a plaquinha e fiz o enxoval do Sol, para pegá-lo assim que eu chegasse. A plaquinha foi feita com uma medalha minha que tinha um sol, tudo dele foi feito com muito amor.

Não me arrependo de tê-lo adotado um ano depois, apesar de que corri o risco de perdê-lo. Não queria comparações com o outro, que realmente foi um grande amor na minha vida, não seria justo com ele.

Infelizmente, o início foi muito difícil e, para piorar, tive um problema em família. Administrar tudo foi difícil demais! Mas Deus sabe o que faz e, aos poucos, tudo foi indo para o lugar. Quando eu ficava muito triste, pensava em tudo, na minha ida à Fazenda Modelo e ganhava força com uma fé enorme de que tudo passaria , e assim aconteceu. Hoje, tenho um amigo, um filho, um amor que trouxe luz pra minha vida: o Sol .

Sempre falo que adotar é um ato de amor e que temos que ter muita paciência e responsabilidade. Eles vêm com uma história de vida, uma bagagem na maioria não muito boa, mas , com muito amor, o passado vai ficando cada vez mais distante.

O Sol ainda é medroso, mas ver o quanto se supera a cada dia, não tem preço, o valor é enorme.  Sou feliz, muito feliz e quanto a adotar, sempre cães adultos, para levar esperança e uma segunda chance de que tudo muda de uma hora para outra.

Quando olho ele aqui e lembro dele no abrigo, só penso o quanto ele tem raça, o que esse ser passou …

Outra coisa que muitas pessoas têm dúvida sobre um cão adulto e educação: eles aprendem, são adestráveis como filhotes. Ahhhh, eles são demais!

Adotar é tudo de bom, um dos maiores atos de amor .


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